Sintex comemora seis décadas

Sindicato representa as indústrias têxteis de Santa Catarina, que somam 14% do total nacional do segmento. Aniversário é celebrado no dia 17 de fevereiro.

Santa Catarina é o segundo maior polo têxtil do Brasil. Aqui estão localizadas 14% das empresas deste segmento, com cinco empregados ou mais. É neste cenário de muito empreendedorismo e luta pela competitividade da indústria têxtil nacional que está presente o Sintex – Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem e do Vestuário. A entidade, que completa 60 anos, no dia 17 de fevereiro, representa cerca de 4,5 mil empresas, que empregam aproximadamente 65 mil trabalhadores diretos, em 18 municípios.

Ao completar seis décadas, o Sintex destaca sua atuação na defesa dos interesses do segmento, em diversas frentes, especialmente junto ao poder público. A desoneração tributária do setor têxtil, entre elas a da folha de pagamento, é uma das principais bandeiras levantadas pelo Sindicato. “Reduzir os custos vinculados aos salários é uma medida urgente e necessária em um setor intensivo de mão-de-obra como é o vestuário e vamos continuar insistindo para que isso seja feito de uma forma justa, sem tirar de um lado e cobrar de outro, como propõe atualmente o Plano Brasil Maior”, destaca o presidente da entidade, Ulrich Kuhn.

Atuando em Blumenau e região, o Sintex representa as indústrias têxteis e de vestuário perante as autoridades administrativas, judiciárias, legislativas e entidades civis em geral em uma base territorial que inclui os municípios de Blumenau, Apiúna, Ascurra, Benedito Novo, Dona Emma, Doutor Pedrinho, Gaspar, Ibirama, Indaial, José Boiteaux, Massaranduba, Pomerode, Presidente Getúlio, Rio dos Cedros, Rodeio, Timbó, Vitor Meireles e Witmarsun.

Além de ser o representante legítimo, com força constitucional, para celebrar convenções coletivas de trabalho, o Sintex oferece aos associados diversos serviços, como a promoção de cursos, seminários e palestras. Uma série de convênios e benefícios também é disponibilizada por meio de uma equipe de profissionais altamente qualificados, em diversas áreas como assessoria jurídica, trabalhista/tributária, de comunicação, de logística, seguros, TI, recursos humanos e suprimentos. Além de oferecer recursos de estrutura e tecnologia para os associados, o Sintex também está desenvolvendo projetos como o de arranjo produtivo local, certificação ambiental, plano de seguro saúde e projeto de previdência privada.

“São passos que fazem parte do processo de busca do retorno da competitividade de nossos produtos, das exportações tão arduamente conquistadas e tão facilmente perdidas; e ao mesmo tempo auxiliam a obter comparações não tão desequilibradas em relação aos custos internacionais”, destaca Kuhn.

Desafios

Santa Catarina foi o primeiro exportador de manufaturados têxteis, no final da década de 60, e virou sinônimo de qualidade entre o mercado comprador mundial. Dessa realidade do passado foi mantida a imagem, porém a importância dos produtos catarinenses no mercado exterior hoje é menor do que era no passado. A indústria sofreu e continua sofrendo muito pelos problemas macroeconômicos brasileiros, a excessiva apreciação do Real, o Custo Brasil, os diversos pacotes econômicos, barreiras comerciais, entre outros problemas já conhecidos.

A carga tributária brasileira também é exagerada e quanto maior forem os elos produtivos, maior a carga. É o caso do setor têxtil, que começa com o algodão, o fio, o tecido, vai para confecção até chegar aos acabamentos finais. Ao todo, entre os impostos diretos e indiretos que incidem em uma peça de roupa, existe um percentual de 53% de impostos no valor final do produto. Ao comprar R$ 100,00 em roupas, o consumidor está pagando R$ 53,00 só de impostos. Neste cenário, o grande desafio da indústria têxtil é manter-se competitiva no mercado nacional e internacional.

Soluções

Apesar da dificuldade que o setor têxtil vivencia, é certo que o mercado irá encontrar o equilíbrio. “Cabe a nós todos planejar a produção tendo em vista o que o consumidor espera adquirir no futuro. Cada vez mais conceitos como o da moda ecológica, o consumo sustentável, inovações e rapidez devem estar presentes na nossa gestão”, destaca Kuhn.

De acordo com o presidente do Sintex, com atenção aos movimentos do mercado, é possível continuar mantendo o crescimento. “A economia mundial em breve retomará seu fôlego, graças à maior participação dos países emergentes na balança do poder econômico. Basta-nos enfrentar os obstáculos e aproveitar as oportunidades”, destaca.

Histórico

Em 1951, era criada em Blumenau (SC) a Associação Profissional da Indústria de Fiação e Tecelagem. Um ano depois, foi fundado o Sindicato das Indústrias de Fiação e Tecelagem, com o seu primeiro estatuto social. A Carta Sindical foi expedida pelo antigo “Ministério de Estado dos Negócios do Trabalho, Indústria e Comércio”, em 15 de maio de 1953. Mas, somente em 1989, o setor de vestuário passou a fazer parte do Sintex.

Passaram pela presidência da entidade, figuras importantes do cenário têxtil, como:
– Ernesto Stodieck Junior (1961 a 1967);
– Hans Prayon (1967 a 1972);
– Norberto Ingo Zadrozny (1972 a 1981);
– Ivo Hering (1981 a 1984).

Ulrich Kuhn foi eleito em 1984 e se mantém no cargo até os dias atuais, com mandato até 2014.

Entre as principais conquistas do Sintex nestes 60 anos estão:

– a celebração das convenções coletivas, que há seis décadas se renovam e regem as relações de trabalho dos empregadores e profissionais da indústria têxtil;
– a criação da Texfair – Feira Internacional da Indústria Têxtil, considerada a maior feira têxtil da América Latina e que deu origem a duas novas feiras – Texfair Home e Texfair Fashion;
– a criação do Programa de Desenvolvimento Têxtil Catarinense – Prodec Têxtil, instituído no âmbito do Programa de Desenvolvimento da Empresa Catarinense, na década de 90 e que muito auxiliou as empresas em um momento de grave crise no setor.

Além disso, destacam-se na atuação do Sintex as atividades de diferentes comissões técnicas, formadas por representantes das empresas associadas, que se reúnem periodicamente para discutir questões específicas de Relações Trabalhistas e Sindicais, Recursos Humanos e Treinamento, Suprimentos, Transportes, Jurídica, entre outras. “São grupos que se esforçam para encontrar a solução para cada um dos problemas do setor, traduzindo a verdadeira vocação do associativismo, que é a de unir forças para multiplicar resultados”, destaca o diretor-executivo do Sintex, Renato Valim.

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