Sarampo: uma situação de alerta!

Infectologista explica o que é a doença, quais os sintomas, formas de contágio, e alerta para a imunização.

 

Segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde, entre os meses de maio e agosto deste ano, foram registrados 1.092 casos de sarampo no Brasil, sendo, cinco em Santa Catarina. Os estados que apresentaram maior foco da doença foram: São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia.

O vírus voltou a circular em dezembro de 2017, e fez o país perder o Certificado de Eliminação do Sarampo, entregue pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas).

O infectologista cooperado à Unimed Blumenau, José Amaral Elias, afirma que a doença é altamente contagiosa e possui grande potencial de gravidade. “Diversos casos de sarampo têm sido diagnosticados dentro e fora do país, este fato, aliado ao baixo número de imunizações, traz o risco do reaparecimento de diversas outras doenças que já haviam sido erradicadas”, ressalta.

 

O que é o sarampo?

O sarampo é uma doença infecciosa aguda viral, com potencial de gravidade elevado, pois, pode afetar todos os pequenos vasos sanguíneos do corpo. Generalizando-se,  é responsável pelo aparecimento de diversas manifestações clínicas,podendo comprometer diversos órgãos.

Elias comenta que, o sarampo é considerado uma doença infantil, pois ocorre geralmente nos primeiros três anos de vida. Porém, aos adultos a doença pode trazer mais complicações. “A gravidade é determinada pelo modo com que o corpo reagirá. No caso dos adultos, o sistema imunológico já está formado, portanto, a defesa contra o vírus será mais agressiva”, explica.

 

Como a doença é transmitida?

O especialista ressalta que a  transmissão ocorre de pessoa para pessoa, de forma direta ou indireta.  “A forma mais comum de contágio é  por meio de secreções respiratórias através da tosse, espirro e fala,  principalmente em ambientes fechados, tornando-se mais comum no inverno”, explica. O período de transmissão é de quatro a seis dias antes do aparecimento das manchas na pele e até quatro dias após.

 

Quais os principais sintomas?

O primeiro sinal é a febre alta, seguindo pelas manchas no corpo, acompanhado de tosse, coriza e conjuntivite. As manchas normalmente aparecem na região do rosto e tórax, espalhando-se depois para resto do corpo.

Elias ressalta que, o sarampo é um vírus extremamente contagioso e por ter transmissão pelas vias respiratórias tem alto poder de disseminação.

 

Quais os riscos e complicações da doença?

O infectologista explica que deve-se ficar atento, se possuir febre por mais de três dias após o aparecimento das manchas de pele, é um sinal de alerta, e pode indicar o aparecimento de complicações, como, infecções respiratórias, otites, doenças diarréicas e neurológicas, como a encefalite, que pode ocorrer mesmo após o 20º dia de doença. “Além destes fatores, existe a panencefalite esclerosante subaguda (PESS), que é uma doença neuro degenerativa fatal, rara, e que pode se desenvolver de 7 a 10 anos após a infecção por sarampo, caracterizada por deterioração intelectual e convulsões. Outra complicação muito grave, que geralmente leva a morte, é a pneumonia causada pelo próprio vírus do sarampo”, explica.

 

Como é feito o tratamento?

Não há tratamento específico, ou seja, não existe um antiviral próprio para o tratamento da doença. Nos casos leves e moderados, usa-se medicação para tratar os sintomas apenas. Já nos casos graves,tratam-se as complicações derivadas da doença.

 

Como se prevenir?

O infectologista, afirma que a única forma de prevenção é a vacinação. Além disso, caso tenha algum sintoma sugestivo da doença, é necessário procurar atendimento médico o quanto antes. “Deve-se ficar atento caso entre em contato com casos suspeitos ou diagnosticados da doença.É importante também ficar atento caso for viajar para locais com ocorrência da doença”, finalizado o infectologista cooperado à Unimed Blumenau, José Amaral Elias.

 

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