Considerado uma das principais matérias-primas do segmento, conhecer os processos, benefícios e produção do fio é essencial, alerta especialista.
A indústria têxtil global sempre foi referência em relação à tecnologia, criatividade e capacidade de adaptação. De acordo com pesquisa divulgada pelo IEMI – Inteligência de Mercado, o segmento prevê colher em 2023 bons resultados. Após três anos de quedas por conta da pandemia, o relatório apontou que espera-se comercializar mais de 6 bilhões de peças, ou seja, 3,8% a mais do que em 2019, quando o setor estava no auge da produção.
Mas, para conseguir reverter as perdas e driblar o cenário volátil do mercado global, é preciso além de planejamento e tecnologia por parte da indústria, conhecer os principais processos de matérias-primas da cadeia. O fio, por exemplo, é considerado um dos principais insumos da indústria têxtil. De acordo com Tathiana Pettenuci da Silva, consultora de qualidade na Huvispan Têxtil, empresa catarinense de tinturaria e acabamento, por existirem vários tipos e segmentos de fios, conhecer a sua produção se torna essencial para redução de custos e qualidade do produto final gerado.
Quais os principais tipos de fios e seus segmentos?
Tathiana reforça que, como a Huvispan está há mais de uma década desenvolvendo soluções para o segmento têxtil, a empresa se tornou referência e especialista em serviço de tinturaria, acabamentos e distribuição de fios como elastano, poliamida, viscose e fios metálicos. A especialista lista abaixo os principais tipos de fios, seus beneficiamentos e características:
- Poliamida: É usado na confecção de sutiãs, biquínis, tops esportivos, leggings e outros artigos com conforto e qualidade de ponta.
“A poliamida tem como características o toque macio e gelado, além de ser perfeito para uso em clima quente. Não precisa ser passado, é leve e confortável, além de possuir rápida secagem e alta absorção ao suor, o que o torna versátil, podendo ser confeccionado em diversas cores como claras, médias, escuras e neon”, explica.
- Poliéster: Possui foco na produção de tecidos e malhas utilizados em camisas, calças, lençóis, cortinas, móveis e estofados.
“O poliéster já é conhecido pela sua alta durabilidade e resistência ao tempo. Não fura ou desfia facilmente e possui caimento leve nas peças. Possui rápida secagem e alta absorção ao suor e aceita sublimação e outros tipos de estampas, além de dispor de confecção em diversas cores, desde claras, médias e escuras”, informa.
- Elastano: Utilizado em roupas íntimas, moda praia, fitness, denim, meias, meias calças, cintas, além de roupas de compressão, esportivas de alto rendimento e linha sem costura.
“Já o elastano é conhecido pela sua uniformidade e consistência, proporcionando uma melhor moldabilidade de tecido. Uma das suas características também é a alta compressão e conservação da forma, além de possuir versatilidade em malhas e tecidos. Os fios de elastano mantém alongamento e retração mesmo em tecidos leves, oportunizando uma maior durabilidade após exposição ao cloro e maior resistência às lavagens em misturas com poliéster. Por fim seu toque e caimento são suaves em misturas com fibras sensíveis ao calor, como algodão, lã, seda, modal, entre outro”, completa.
- Viscose: É aplicada pura ou em combinação com outras fibras, como em misturas com elastano, produzindo tecidos para vestuário feminino, malhas, tecidos planos e vestuário casual.
Muito populares, os fios de viscose possuem alta absorção e durabilidade, secagem rápida, resistência, solidez e podem ser confeccionados de diversas cores, desde claras, médias e escuras.
- Fios metálicos: Dão um toque de brilho e glamour na produção de peças de vestuário, calçados, acessórios e decoração.
“Esse tipo de fios é utilizado em composição com outros fios e agrega valor à peça através do seu alto índice de brilho e glamour. Ele também pode ser usado em segmentos como vestuário, lingerie, meias, etiquetas, acessórios entre outros”, explica.
Quais os principais acabamentos dos fios?
As tecnologias são grandes aliadas das empresas, proporcionando novas funcionalidades aos produtos têxteis. A tecnologia antiviral nos produtos têxteis, por exemplo, ficou amplamente conhecida durante a pandemia do Coronavírus, tendo aplicações em peças de vestuário, máscaras e roupas de cama. Mas, existem muitos outros tratamentos para melhorar o desempenho dos tecidos, para que sequem mais rápido, afastem insetos ou deem conforto térmico.
Tathiana informa que os acabamentos podem ser feitos em diferentes materiais com objetivo de proteger as pessoas ou proporcionar um dia a dia mais fácil. “Os mais utilizados atualmente são o antimicrobiano, que fornece proteção contra uma ampla gama de microrganismos, obtendo produtos seguros e sem odores; O térmico que regula a temperatura entre o ambiente e o corpo; Repelente à água e óleo que confere proteção a água, óleo e sujeiras secas, fazendo com que líquidos e manchas sejam repelidos, formando gotas na superfície; Dry Profissional que promove hidrofilidade permanente aos artigos, rápida absorção e transporte da umidade para longe do corpo com secagem rápida; E por fim, o repelente a insetos, um produto inseticida com alta atividade baseado na tecnologia de controle de insetos e atua na prevenção contra doenças transmitidas por mosquitos e parasitas”.
“É importante ressaltar que o fio é a alma do produto têxtil. Ao garantir a procedência e qualidade da matéria-prima, é possível entregar ao consumidor final um produto de qualidade e duradouro. Com isso se obtém economia de gastos com reprocessos, menos reclamação de clientes e alto índice de fidelização à marca”, finaliza.
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