Neurocirurgiã recupera visão de paciente após cirurgia com técnicas minimamente invasiva

Especialista realizou o procedimento endonasal após paciente ser diagnosticado com tumor cerebral.

Após um procedimento de técnicas avançadas da neurocirurgia, com uma cirurgia minimamente invasiva, Wilson Jair Schubert, de 51 anos, que vinha perdendo a visão aos poucos e ficou praticamente cego de um dia para o outro, teve sua visão recuperada. De acordo com o diagnóstico, o paciente teve uma lesão na hipófise, sintoma de um tumor cerebral que pressionava os nervos ópticos.

O trabalho cirúrgico foi realizado pela neurocirurgiã Dra. Danielle de Lara, especialista em cirurgia cerebral por vídeo e cirurgia da base do crânio, que atua no Hospital Santa Isabel (Blumenau/SC). A neurocirurgiã explica que a operação poderia ter sido feita através de uma técnica tradicional, em que o paciente teria que cortar o cabelo e fazer um corte na cabeça, o que implicaria em marcas na região e um pós-operatório mais complicado, com uma recuperação mais lenta. “Utilizamos a técnica endonasal, uma técnica por vídeo feita através das narinas, que não exige cortes. Esse modelo possibilita uma recuperação em menor tempo, menos dor no período pós-operatório e um melhor resultado estético”, explica.

Por se tratar de uma operação complexa e difícil de ser realizada, existia a possibilidade de o paciente não ter sua visão restabelecida. De acordo com a neurocirurgiã, para aumentar as chances de restaurar a visão do paciente, o procedimento foi necessário para aliviar a pressão sobre os nervos ópticos. “É gratificante ver esses resultados positivos, principalmente quando se trata de uma cirurgia de ponta e tratamentos avançados acessíveis para toda a comunidade”, declara a Dra. Danielle.

A honestidade da doutora quanto à possível não recuperação da visão foi destacada pela família do paciente, que entendeu a gravidade da lesão e a dificuldade da cirurgia. “A Dra. explicou que não deveríamos criar expectativas quanto à visão perdida, que poderia não voltar. O importante é que foram honestos conosco. Imediatamente quando saiu da cirurgia, ele abriu os olhos e já estava enxergando, o que antes não enxergava nada. Então, de início, já foi uma vitória”, comenta Sirlei Serpa Schubert, esposa de Wilson.

Mesmo que tenha percebido a perda de visão ao longo do tempo e tenha consultado um oftalmologista, Wilson Jair Schubert afirma que o exame de vista não detectou nenhuma anomalia. Segundo a Dra. Danielle de Lara, isso de fato pode acontecer, pois é um sintoma apresentado a partir da lesão no cérebro, o que dificulta a identificação do que está causando a perda de visão. “A hipófise fica na base do cérebro, localizada próxima ao quiasma óptico, que é uma parte do nervo óptico que traz informações visuais de ambos os olhos”, detalha.

Danielle ainda ressalta que, caso não seja iniciado o tratamento imediato em relação à hipófise, os sintomas podem se agravar conforme o crescimento do tumor, até chegar ao ponto de acontecer uma grave compressão de todo o quiasma óptico e o paciente perder a visão por completo. “É muito importante que, se o paciente perceber uma alteração, seja na visão, na fala, nos movimentos das pernas ou dos braços, procure atendimento. Na maior parte dos casos, quanto mais cedo se descobre o problema, mais fácil é resolvê-lo. O diagnóstico precoce facilita muito, tanto o tratamento, no sentido de ser menos agressivo, quanto uma perspectiva de melhora e uma vida com qualidade aceitável”, conclui.

 

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