A exceção é a construção civil, onde a proporção de mulheres ficou praticamente estável nos últimos oito anos. Em contrapartida, foi o setor de atividade econômica no qual a remuneração média de contratação feminina foi muito semelhante à masculina. Segundo especialistas, dados como esse apontam para uma forte tendência de crescimento da participação das mulheres na construção civil.
Uma empresa que já está utilizando esse tipo de mão-de-obra é a FG Empreendimentos, de Balneário Camboriú (SC). Hoje, nove mulheres trabalham na construção, na área de limpeza. A coordenadora de RH da empresa, Daiane Gorges, conta que, no início, houve certa resistência por parte dos engenheiros e mestres de obras. Mas, superados os preconceitos, o resultado foi compensador. “Depois que a primeira mulher iniciou na obra, o pedido de incorporarmos mais mulheres veio dos próprios engenheiros e mestres. Elas agradaram por serem mais detalhistas e minuciosas”, afirma Daiane.
A procura delas por vagas na construção também tem aumentado. Segundo a coordenadora de RH, a empresa recebe cerca de 15 a 20 cadastros de mulheres por mês. Além da limpeza, outra área da FG que está apostando no talento feminino é a engenharia, com a inserção da primeira estagiária, há cinco meses. “Esse mercado tende a aumentar. As construtoras estão percebendo a necessidade de ter mulheres dentro das obras, para se ter uma outra perspectiva”, observa.