Em 1999, Warren Buffet, americano que ficou em 3º lugar na lista dos homens mais ricos do mundo em 2015, disse que “a melhor coisa que nos acontece é quando uma ótima companhia fica temporariamente com problema. Nós queremos comprá-las quando elas estão na mesa de operações”. Apesar de ter sido proferida há mais de 15 anos, a frase retrata muito bem o que deve ser o cenário de fusões e aquisições em 2016.
O ano de 2015 foi marcado por diversas notícias e análises negativas relacionadas à economia e política nacionais, como a alta taxa de inflação acumulada de 10,67% no ano – a maior registrada desde 2002 -, a desvalorização do real, entre outros fatores. No entanto, conforme explica a advogada especialista em Direito Tributário e Societário, Shirley Henn, do BPH Advogados, este cenário traz uma perspectiva de aquecimento no mercado de M&A no Brasil e também na América Latina. “A previsão é de reaquecimento nos investimentos domésticos e internacionais em M&A nas economias emergentes, como a brasileira”, afirma Shirley.
A expectativa, segundo o documento Deal Flow Predictor, publicado pela empresa Intralinks, é de um aumento no volume total de M&A na América Latina durante o ano de 2016. “Ainda de acordo com o documento, o Brasil tem chamado a atenção de investidores globais em consequência das suas rápidas alterações demográficas e potencial de consumo”, ressalta.
Região Sul e Sudeste em destaque
A previsão de aumento no volume de fusões e aquisições para esse ano confirma o que as estatísticas de 2015 apontaram, segundo o relatório de dezembro de 2015 de Fusões e Aquisições no Brasil publicado pela empresa de auditoria PwC. No relatório, já se percebia uma recuperação no número de transações em dezembro, comparada à queda apresentada no período de julho a novembro. De acordo com Shirley, o documento mostra que as regiões Sul e Sudeste tiveram participação de 85% do total transacionado em 2015 neste mercado. O destaque foi o crescimento de 5% no volume de negociações na região Sul, em comparação a 2014. “As estatísticas demonstram a preferência de investidores no mercado de empresas de pequeno porte, tendo este sido responsável por 73% das transações com valor anunciado em 2015, segundo a PwC”, completa.
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