Por Renan Carvalho, fundador da ONG Movimento Orgânico
O mundo em que vivemos está cada vez mais acelerado. Com a rotina cheia de compromissos, muitas pessoas não tiram mais tempo para cuidar de si, e o convívio com o próximo e o contato com a natureza também ficam em segundo plano, dando espaço para uma vivência mais individualista. A tendência é vista em todo o mundo.
Um estudo liderado pela ONG The Nature Conservancy (TNC) em parceria com a Universidade de Virgínia e o Centro de Resiliência de Estocolmo, na Suécia, comprovou que o mesmo potencial de interação humana que torna as cidades atraentes para produtividade, criatividade e inovação, contribui cada vez mais para o aumento do estresse e dos transtornos mentais. Com esse crescimento acelerado em que a sociedade se encontra, porém, temos visto surgir uma onda contrária: algumas pessoas têm buscado espaços onde consigam ter uma sensação de desaceleração. A prática de atividades em grupo, em meio à natureza, é essencial para que possamos manter o equilíbrio necessário para concluir as tarefas do dia a dia com excelência.
Em pesquisa recente, o The World Journal of Biological Psychiatry mostrou que ficar mais tempo ao ar livre altera até mesmo a estrutura cerebral, aumentando a massa cinzenta no córtex pré-frontal, região envolvida no planejamento, na regulação das ações e no desempenho cognitivo. Ou seja: além de todos os benefícios para a saúde mental, recarregar as energias na natureza também pode significar um melhor desempenho no escritório.
A ciência já comprovou que o próprio contato direto das mãos com a terra tem uma série de benefícios para a saúde. Uma pesquisa da Universidade do Colorado, nos Estados Unidos, mostrou que o contato com a bactéria Mycobacterium vaccae, que fica no solo, pode ajudar a combater processos inflamatórios, complicações do estresse e ansiedade.
Mas, como separar um tempo da rotina para esses cuidados? Espaços como a ONG Movimento Orgânico, associação sem fins lucrativos que fundamos em Blumenau (SC), são aliados importantes para resgatar o hábito de se conectar com a natureza e o próximo. Práticas de concentração, chamadas de mindfulness, atividades colaborativas e rodas de reflexão são formas de buscar o autoconhecimento e desenvolver novas relações interpessoais.
Para quem tem acesso à informação e condições de exercer essas atividades, é questão de escolha continuar com a rotina prejudicial à saúde ou expandir os horizontes e prestar atenção no corpo e mente, antes que eles cobrem o preço pela distração.
Saiba mais sobre o Movimento Orgânico: https://www.eoi.ong.br
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