por Felipe Kipfer, especialista em Segurança da Informação da Mouts TI
A segurança da informação se tornou uma questão primordial e um dos temas mais relevantes na área de Tecnologia da Informação. O vasto espectro da cibersegurança abrange diversas esferas, desde a proteção de aplicações até estratégias defensivas e mesmo abordagens ofensivas, a fim de identificar e mitigar vulnerabilidades antes que se convertam em danos financeiros e comprometimento de dados sensíveis.
Uma vulnerabilidade, no contexto da segurança cibernética, é uma falha que reside dentro de um produto, aplicação ou código. Quando explorada, essa falha pode causar comportamentos inesperados, resultando em vazamento de informações ou permitindo acesso não autorizado a terceiros. Esta é uma das principais maneiras pelas quais organizações e empresas são vítimas de ataques cibernéticos.
A cibersegurança, embora seja um tema há muito discutido em âmbito global, é um campo relativamente novo no Brasil. No entanto, tem ganhado destaque por conta da intensa migração de dados para ambientes em nuvem – escolha de muitas empresas atualmente – e a interconexão praticamente global de dispositivos à internet. A proliferação de dispositivos conectados, desde eletrodomésticos até equipamentos industriais, aumentou consideravelmente a superfície de ataque, transformando o cenário de riscos. O que antes parecia ficção científica, como geladeiras ou medidores de pressão de gasodutos conectados, agora é uma realidade tangível.
Entretanto, a adoção apressada de tecnologias conectadas muitas vezes ocorre sem a devida atenção à segurança. Esta falta de consideração em relação à cibersegurança pode expor empresas a riscos substanciais, pois a falta de preparação e avaliação da superfície de ataque pode permitir que brechas sejam exploradas por agentes maliciosos.
Uma das principais questões quando se fala em cibersegurança é a de que não existe uma “bala de prata”, ou seja, uma solução única para todas as falhas que podem ocorrer. Cada organização possui características, riscos e necessidades distintas, o que exige a criação de soluções personalizadas para mitigar ameaças específicas. Esta abordagem customizada requer parcerias com especialistas e equipes de segurança capazes de entender os riscos únicos de cada empresa e propor medidas adequadas.
Ponto positivo no combate a ataques cibernéticos, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) desempenhou um papel significativo no cenário de cibersegurança ao estabelecer diretrizes para a prevenção de vazamentos e a proteção de dados. Empresas são agora obrigadas a adotar medidas proativas para evitar incidentes de segurança e garantir a privacidade dos dados. Podemos pensar no investimento em cibersegurança como um seguro de carro: investe-se na prevenção para minimizar os danos de um eventual incidente.
Prevenção é a chave para uma estratégia de cibersegurança eficaz. Algumas práticas fundamentais incluem:
Estabelecer um programa de segurança: Empresas devem criar e manter um programa de cibersegurança interno ou em colaboração com parceiros especializados.
Realizar testes de vulnerabilidade: Testes regulares identificam e corrigem falhas antes que elas sejam exploradas por invasores.
Verificações de segurança: Equipes dedicadas devem monitorar constantemente o ambiente digital em busca de atividades suspeitas.
Personalização: Soluções de segurança devem ser adaptadas às necessidades e ao contexto específico de cada negócio.
Conscientização: A liderança deve dar suporte ativo ao programa de segurança, promovendo uma cultura de segurança entre os colaboradores.
No cenário atual, marcado pela hiperconexão entre vida pessoal e profissional, é imperativo que tanto indivíduos quanto empresas estejam atentos aos desafios de cibersegurança. Para as pessoas, a manutenção de dispositivos atualizados e a adoção de senhas fortes e gerenciadores de senhas são passos cruciais. No ambiente corporativo, a conscientização e o comprometimento da alta liderança são vitais para garantir que a cibersegurança seja efetivamente implementada e se torne uma cultura.
Em um mundo em constante evolução, onde riscos e ameaças surgem diariamente, a cibersegurança não é uma tarefa única, mas sim um esforço contínuo. A colaboração entre especialistas, empresas e indivíduos é fundamental para manter dados e sistemas protegidos em um cenário digital cada vez mais complexo.
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